Última visita à Biblioteca da FFLCH
07/04/2009Voltei a biblioteca da FFLCH, desta vez munido de minha tabela, e fotografei os verbetes todos que ainda precisava. O trabalho com os dicionários está encerrado.
Voltei a biblioteca da FFLCH, desta vez munido de minha tabela, e fotografei os verbetes todos que ainda precisava. O trabalho com os dicionários está encerrado.
Finalmente consegui conversar com uma advogada sobre aquela dúvida que tive em relação aos Direitos Autorais, há quase um mês atrás.
Por telefone mesmo pude esclarecer todas as minhas dúvidas, o que não significa que os problemas estão resolvidos. A advogada com quem falei disse que, por se tratar de um trabalho de “artes plásticas”, ele se enquadraria no seguinte:
“VIII – a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexistentes, de qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes plásticas, sempre que a reprodução em si não seja o objetivo principal da obra nova e que não prejudique a exploração normal da obra reproduzida nem cause um prejuízo injustificado aos legítimos interesses dos autores.”
o que poderia me trazer problemas, já que é questionável se “a reprodução em si não seja o objetivo principal da obra”
Mesmo assim, perguntei sobre a parte que libera o uso “para fins de estudo, crítica ou polêmica”. Ela disse que essa poderia ser uma saída caso houvesse algum processo ou coisa mais grave.
Além disso, ela me disse que a passagem do contrato que eu assinei com a Cultura Inglesa na qual dizem que todos os problemas jurídicos que podem ser causados pelo trabalho são automaticamente transferidos a mim não é legalmente possível; ou seja, caso haja problemas, a Cultura também terá que se envolver no processo (mesmo que seja só para apresentar o contrato).
De qualquer forma, na pior das hipóteses, o praxe é que seríamos, em primeiro lugar, avisados sobre o problema pelo advogado da parte afetada, que provavelmente nos pediria que o trabalho fosse modificado, sem grandes problemas legais mais sérios.
Depois de um longo processo de busca por um moldureiro que fizesse os 180 quadros a serem instalados nas unidades da Cultura Inglesa, fui hoje, pela primeira vez, ao candidato que me pareceu melhor. É na FastFrame Perdizes, que fica dentro da loja Pintar, na Rua Cotoxó, 110.
Eles não ofereceram o preço absolutamente mais baixo, mas pareceram ser muito profissionais (por exemplo, foram um dos únicos que responderam meu primeiro email em apenas algumas horas) e também puderam incluir no trabalho um serviço de entrega e fixação dos quadros, que deverá me ajudar muito.
Fui hoje lá na loja para conversar um pouco com o Marcelo, quem me atendeu. Ele me falou como poderia ser o cronograma de montagem das molduras e também me mostrou opções de material. No final fechamos hoje mesmo o serviço, para que ele possa já pedir o material e cortar todos os vidros.
Continuando a busca por frases iniciada no outro dia, o trabalho agora se intensificou e está focado num grupo específico de palavras. Por isso venho testando diversas frases diferentes e suas traduções. Como as frases do Oxford Dictionary são mesmo muito complicadas, superei a expectativa de poder usá-las em todos os trípticos e já estou até eu mesmo criando frases.
Algumas das frases estão praticamente decididas, por isso já até criei os arquivos PDF contendo a captura de tela com a tradução no Google Tradutor. Faço isso pois, para que as palavras estejam grifadas em dois lugares diferentes precisei alterar o código das páginas antes de fazer a captura.
Para não repetir o fiasco da última visita à biblioteca, preparei dessa vez uma grande tabela (em ordem alfabética), com todas as palavras que preciso buscar em uma coluna e diversas outras colunas com espaço para os resultados encontrados (e fotografados) em cada dicionário.
Depois do fiasco que foi a longa busca de ontem, resolvi inverter a ordem do trabalho e fazer uma busca um pouco mais inteligente por palavras para criar os trípticos.
Tratei de buscar primeiro no Google as frases cujas traduções continham um falso cognato para só então ir aos dicionários. Usando o “Dicionário de Falsos Cognatos” além do “Guia Prático de Tradução Inglesa” passei umas boas horas para coletar uma lista de quase quinze palavras novas com potencial para serem incorporadas em trípticos. Essas quinze e mais as que já havia coletado para incluir no projeto inicial enviado à Cultura me pareceram suficientes para alimentar uma boa parte dos trípticos que planejo fazer.
É claro que, à essa altura, a pergunta “Who creates this meaning?”, que mencionei antes, começa a ficar muito mais importante, afinal essa inversão na ordem da busca é programada deliberadamente para explorar as fraquezas do Google. É por isso mesmo que me interessa muito mais abordar “One & Three Words” através dessas perguntas do que usando respostas diretamente.
Conforme tinha planejado, voltei hoje à biblioteca da FFLCH para mais um tempo com os dicionários. Como da outra vez já tinha tido problemas, segui direto para as atendentes liberarem as minhas fotografias na sala de materiais.
A visita foi um pouco mal planejada, não tinha nem uma lista de palavras e nem uma idéia mais ou menos geral de como proceder, o que foi uma péssima abordagem.
Comecei estudando um pouco mais o livro “Guia Prático de Tradução Inglesa”, onde coletei algumas palavras que poderiam resultar em trípticos interessantes.
Em seguida fotografei principalmente verbetes de dicionários inglês-português das palavras que havia coletado (tais como “condition”, “dramatic”, “accurate”, “condominium”, “piece”, “philistine”, “push”, “severe”, “slacks”, “smoking”, decisiveness”, “conscience”, “anticipate”, “occasion”, “resign”, “abysmal”, “agony”, “compromise”, “curious”, “eventual” e “casual”). Passei quase duas horas e meia nessa tarefa.
Acontece que, pelo planejamento mal feito, fui perceber só depois que a maioria dessas palavras é muito bem traduzida pelo Google, em muitos dos exemplos que fui capaz de criar. Sendo as únicas exceções as palavras “condominium”, “casual” e “agony”. Mas sobre a primeira acabei achando muitas definições divergentes (em dicionários inglês-inglês) e acabei desistindo e sobre a última achei definições muito subjetivas, afinal trata-se de um sentimento, algo que é bastante difícil de traduzir, seja falso cognato ou não.
Concluindo: horas de trabalho mal planejado e, no final, só uma única palavra adicionada à minha lista…
Véspera da data limite para a entrega do texto do folder e ainda não tinha sido capaz de escrever uma linha que prestasse.
Depois de algumas páginas de rascunhos, nas quais tentei esboçar em linhas muito gerais do que se tratava “One & Three Words” — sabendo da restrição de “tamanho do texto: até 20 linhas (fonte: arial tamanho: 10 – em word)” — percebi que a tarefa não iria pra frente.
Foi então — com a restrição do tempo — que comecei a esboçar algumas perguntas que vinha me fazendo enquanto pensava no texto. Desde o começo escrevi as perguntas em inglês, sob a influência da letra de uma música que dizia algo como “The question is not ‘How does it come to you?’, but ‘How do you go to it?’” (não me lembro qual a música!). Depois de muitas perguntas comecei a perceber que essas poderiam compor o texto do folder, as próprias perguntas, já que eu mesmo não sabia como respondê-las e também me parecia que elas continham, de alguma forma, algumas respostas.
Finalmente, a idéia de escrevê-las todas em inglês e depois traduzí-las no Google Tradutor foi o empurrão final para que eu fosse adiante com essa proposta para o texto do folder.
No final, muito mais difícil do que a elaboração das perguntas, as maiores dificuldades foram a ordem das perguntas e as pequenas modificações no inglês para que a tradução do Google fosse boa o suficiente para que continuasse compreensível, mas que ainda deixasse claro que as frases haviam sido traduzidas por uma máquina.
Das muitas perguntas que eu escrevi, no final o texto ficou com as seguintes:
How would you ascertain the meaning of something?
What would be your dictionary?
Why would you trust it?
Would you use another dictionary?
What would be your dictionary?
When would you stop?
Where is this meaning?
How would everyone else ascertain this meaning?
Is it steady as time passes?
Can you change meaning?
How would it come to you?
How would you come to it?
How would you answer to all this?
To whom would you answer to all this?
Why would you answer to all this?
Sendo que duas que chegaram muito próximas de serem incluídas e que quase entraram no final eram:
How would you know if there is meaning?
Who creates this meaning?
Elas acabaram sendo removidas pela dificuldade em traduzí-las e também por não encaixarem muito na ordem das outras. Mesmo assim, especialmente aqui no blog, acho que “Who creates this meaning?” é muito latente, especialmente levando em consideração que, neste caso, a resposta desconcertante seria: “o artista”. Além disso, como eram “até 20 linhas” achei que seria mais inteligente mandar algo com “até 20 linhas”.
Depois de tudo acabei colocando as perguntas — e um link pro Google Tradutor — na página inicial do site pois me parecem bons guias (e chamarizes) para adentrar “One & Three Words”.
Depois de colocar o blog pra funcionar já recebi pedidos para que houvesse uma explicação mais curta, precisa e direta sobre o projeto. Inicialmente pensei em disponibilizar o próprio projeto, mas isso não seria muito direto.
Com base no texto escrito pelo redator (contratado pela Cultura Inglesa para escrever sobre “One & Three Words”) fiz a página que está agora em “sobre“. Pensei até em incluir lá algumas linhas como
“Este site abriga informações sobre o projeto One & Three Words”
e
“projeto que será realizado no Cultura Inglesa Festival e cuja documentação ocorrerá principalmente através deste site.”
mas decidi cortá-las para deixar a página bem direta mesmo (e por achá-las um pouco redundantes).
Aproveitei o trabalho de conversão do projeto para HTML e coloquei-o disponível num link naquela página “sobre”, não só para atender também aos que se interessem mais, mas também para que o histórico de todo o projeto fique claro, desde a maneira como ele começou até onde chegou.
A saga final das visitações começou pela unidade de Higienópolis. Ao contrário das maioria das outras unidades que possuem em torno de vinte quadros, a unidade de Higienópolis tem nada menos que quarenta e três! Para complicar ainda mais, a unidade é composta por pelo menos duas casas ligadas, que ocupam toda a extensão do quarteirão; ou seja, há uma entrada na Av. Higienópolis e outra na R. Maranhão.
Além da quantidade incrível de quadros, há também uma variedade um pouco mais acentuada do que nas outras unidades. De qualquer forma, alguns me chamaram muito a atenção.
Em primeiro lugar veio uma gravura, não pela gravura em si, mas pelo fato de estar escondida atrás de um quadro de avisos logo na entrada, uma situação curiosa. Depois, achei muito curioso o espaço do “Multimedia Centre”, que fica numa espécie de sub-solo do prédio principal, mas é bastante agradável como biblioteca e contém pequenos pôsteres de quadros de Lichtenstein. Em seguida, é interessante notar o espaço, também muito curioso, da lanchonete: com o pé direito muito baixo, mas, mesmo apertado, com dois quadros na parede onde ficam pequenas mesas-balcão. Mais ainda, o espaço “sala de espera”, no prédio da R. Maranhão, não só pela sua disposição — uma longa sucessão de salas com função um pouco indefinida — mas também pela quantidade de quadros, especialmente poemas do metrô de Londres enquadrados.
Finalmente, me chamou muito a atenção o pôster colocado logo acima da pia (quase no lugar onde se esperaria encontrar um espelho), com a pintura de uma cadeira feito por Van Gogh, já que ele é comparado com o “One and Three Chairs” do Kosuth em um texto de Carolyn Wilde.
Na unidade pude conversar com a gerente, que se mostrou bastante interessada na proposta de levar os trabalhos para as unidades. Num comentário que me fez pensar bastante ela comentou com uma funcionária que a acompanhava algo na linha de: “agora, como com as outras categorias [de cinema digital, teatro, dança], o trabalho de artes visuais também vai vir às unidades ao invés de ficar restrito ao CBB”. Essa abordagem, colocando a minha proposta ao lado das das outras áreas, me pareceu muito mais interessante do que uma contraposição aos outros trabalhos propostos para as galerias, já que, mesmo para mim, não se trata de querer me afastar desses segundos, mas sim aproximar desse mecanismo tão comum dos primeiros e que parece ter sido abandonado ou dado como ineficaz na área de artes visuais.
Depois de quase duas horas e meia me perdendo um pouco pelas escadas, andares, corredores e sub-solos da unidade do Higienópolis, segui para o metrô, onde iria em direção ao Tatuapé.
Como na maioria das outras unidades, pude chegar muito facil e rapidamente. A unidade do Tatuapé tem uma singularidade notável, já que, apesar de ter dois andares, só possui decoração no primeiro, exceto por um único quadro no segundo andar. A arquitetura do prédio, especialmente o teto, lembra um pouco a da unidade Santo Amaro e, como aquela, possui uma sinalização distinta da que vinha observando nas outras unidades da Cultura. Interessante notar também a presença de dois pôsteres sobre cervejas, ambos próximos à lanchonete da unidade.
Mantendo a média de vinte quadros, pude fotografá-los e medi-los todos muito rapidamente. Depois do trabalho na unidade do Higienópolis, e pela disposição dessa unidade do Tatuapé, modifiquei a minha abordagem e fiz as etapas de fotografar e medir-anotar separadamente, ou seja, ao invés de, como antes, fotografrar, medir e anotar as informações de cada quadro, um por vez, fotografei todos os quadros e depois segui para medir e anotar as informações de cada um. Me pareceu bastante mais prático e me tomou mais tempo, mas teria sido impossível na unidade do Higienópolis.
Segui novamente para o metrô, dessa vez em direção ao meu último destino: Santana. Na pressa e confusão do metrô acabei saindo do lado errado da estação e tive que dar uma pequena caminhada pela Av. Cruzeiro do Sul para chegar à unidade, que já estava com bastante movimento dos alunos, cuja aula começaria em breve.
Como na unidade do Tatuapé, decidi fotografar e anotar os quadros separadamente e, já que havia muitas pessoas, comecei anotando. E, enquanto fazia, pela primeira, um aluno veio falar comigo. Era um menino muito jovem que queria saber o que eu estava fazendo lá. Tentei explicar a ele, mas acho que ele ficou um tanto tímido e, de repente, saiu correndo para ir ao encontro dos amigos…
Como já havia ficado tarde, a luz estava um pouco escassa para as fotos, principalmente pois essa unidade possui uma enorme clarabóia no teto. Mesmo assim, fotografei, uma vez que as aulas tinham começado, os enormes pôesteres do Lichtenstein no alto da escada; bem como toda a série de pôsteres “The Look and Learn Collection”, espalhados pela unidade. Novamente um quadro com cervejas estava próximo da lanchonete. No final, provavelmente pela emoção causada por ter chegado tão próximo ao fim dessa etapa de visitações, depois de ter fotografado e anotado sobre todos os quadros, acabei esquecendo de fotografar dois quadros do Multimedia Centre, um dos quais me interessou bastante por ser um tríptico.
Ainda em Santana, pela primeira vez, fui informado que não poderia colocar novos pregos ou parafusos nas paredes para pendurar os trípticos. Foi o zelador do prédio quem me deu a notícia e, pelo que entendi, era ele mesmo quem estava me proibindo de modificar qualquer coisa das paredes; logo vi que ele não havia sido informado sobre o meu projeto e tentei falar com a gerente da unidade, que estava ocupada, deixei então para um outro contato.
Depois de tantas visitações, pela primeira vez decidi usar o carro para chegar a uma das unidades. A localização da unidade da Mooca, apesar de relativamente próxima ao Metrô, acabou me fazendo optar pelo carro, pela rapidez com a qual imaginei poder chegar pela Radial Leste.
E cheguei rápido. Um trajeto planejado com antecedência me ajudou a não me desencontrar pelas ruas de mãos confusas, o que me obrigou a algumas voltas pela região da rua da Mooca e Av Paes de Barros.
Durante todo o tempo que estive na unidade nem um aluno apareceu, já que o horário foi escolhido de antemão exatamente por isso. A única dificuldade que encontrei para analisar os quadros dessa unidade foi a disposição do prédio, que na verdade são três prédios de dois andares conectados por corredores; ao final tive a sensação de ter esquecido de alguma parte, o que, ao revisitar todos os espaços, pude certificar não aconteceu. Em relação às fotos, minha câmera ficou um pouco afetada pelo filtro roxo utilizado em algumas das janelas e, por isso, algumas fotos estão com uma coloração pouco usual.
Logo quando ia embora, numa breve conversa com a diretora da unidade, percebi que havia pregos não utilizados no alto de muitas paredes pela unidade, colocados, segundo ela, especificamente para serem utilizados temporariamente em exposições de quadros ou outros itens.